segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Doce Sonho

Postado por Amanda Luz às 09:41
Tenho algo a dizer. Não costumo lembrar-me dos meus sonhos, mas hoje, eu lembrei. Sonhei com Balas. De todos os tipos, de todos os sabores, de todas as essências. De todos os aspectos que uma mente quase inconsciente pode projetar. As balas com que eu sonhei possuíam uma essência além do mundo metafísico. Elas poderiam mudar o mundo. Recordo-me da bala vermelha, me deixou triste. Cada uma das balas me fazia expressar um sentimento diferente. Eu acordei, e tudo aquilo ficou para trás. Por um lado seria interessante manipular emoções, mas também não haveria sentido. Nunca pensei em minhas emoções, eu apenas as sinto. Na real, poucas são as pessoas que param para pensar nelas. Mas nem sempre emoções precisam ser questionadas. As atitudes que precisam. Entretanto, não faz sentido questionar a toda hora. Por mais que seja necessário julgar uma atitude, em certos momentos isso não pode ser considerada uma solução. Não queria me mudar para outro lugar, mas não me restou o direito de escolher, e muito menos de questionar, já estava decidido. Lamentar o que já foi proposto não coube mais às minhas perspectivas. Eu sabia, muita coisa iria mudar. E mudou. As mudanças têm esse dom. De súbito, quando acordei para a realidade, a tristeza me consumiu. Estava eu, em uma sala de aula rodeada de estranhos, que me olhavam estranho e falavam estranhamente. Não entendia uma palavra se quer. Mas tempo é uma dádiva, após alguns meses, consegui me integrar aquele mundo. E com todo esse tempo, pude perceber também que as pessoas de lá não eram muito acolhedoras. Não só comigo, mas um com os outros. Ofendiam-se o tempo todo, viviam isolados por orgulho e ódio. Não sabiam o significado de compaixão. Lembrei-me do meu sonho de alguns meses atrás. As Balas... Tudo o que eu precisava era daquelas balas que manipulam sentimentos e emoções... Elas seriam usadas com a melhor intenção, eu prometi. Como se fosse possível a existência desta utopia. Pensei nas balas durante muito tempo. Desejei-as. Até que certo dia, quando acordei, eu delirei novamente. Havia em minha escrivaninha uma cesta de balas semelhante a do meu sonho. As balas eram idênticas e havia um bilhete junto a elas. Eu já sabia o que fazer. No dia seguinte, distribuí-las a todos da minha sala, foi difícil recusarem. Cada bala usufruía de infinitos sentimentos prazerosos. Comecei a ser acolhedora com todos, assim como nunca foram comigo. As coisas começaram a mudar, os sentimentos começaram a mudar, as pessoas mudaram. Eu mudei a realidade! Não eu exatamente, as balas... As que surgiram do fruto da minha imaginação... Não entendo como tudo isso aconteceu, mas aconteceu, estou em um sonho agora, não mais na realidade. Tudo estava indo muito bem, fiz novos amigos. Até que certo dia, quando cheguei da escola, havia outro bilhete na minha escrivaninha. O bilhete alegava que as balas não tinham efeito nenhum fora dos sonhos, eram apenas balas. Eu apenas havia atuado diferentemente dos outros, eu os conquistei, com toda simplicidade possível, e fez toda a diferença. A paz havia voltado para a minha vida, e para todos os outros também. O problema não era que as pessoas não sabiam mais como dividir as suas tristezas, e sim porque se esqueceram de dividir suas alegrias. Não deixei de acreditar, não precisei de muita coisa. Apenas fui eu mesma. E minha vida ficou assim... Doce, como no meu sonho.

#narrativa;conto;  Amanda Luz.

1 comentários on "Doce Sonho"

Islla Lopes on 10 de setembro de 2010 às 09:45 disse...

Descreveu-te toda. Lindo.

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Doce Sonho

Tenho algo a dizer. Não costumo lembrar-me dos meus sonhos, mas hoje, eu lembrei. Sonhei com Balas. De todos os tipos, de todos os sabores, de todas as essências. De todos os aspectos que uma mente quase inconsciente pode projetar. As balas com que eu sonhei possuíam uma essência além do mundo metafísico. Elas poderiam mudar o mundo. Recordo-me da bala vermelha, me deixou triste. Cada uma das balas me fazia expressar um sentimento diferente. Eu acordei, e tudo aquilo ficou para trás. Por um lado seria interessante manipular emoções, mas também não haveria sentido. Nunca pensei em minhas emoções, eu apenas as sinto. Na real, poucas são as pessoas que param para pensar nelas. Mas nem sempre emoções precisam ser questionadas. As atitudes que precisam. Entretanto, não faz sentido questionar a toda hora. Por mais que seja necessário julgar uma atitude, em certos momentos isso não pode ser considerada uma solução. Não queria me mudar para outro lugar, mas não me restou o direito de escolher, e muito menos de questionar, já estava decidido. Lamentar o que já foi proposto não coube mais às minhas perspectivas. Eu sabia, muita coisa iria mudar. E mudou. As mudanças têm esse dom. De súbito, quando acordei para a realidade, a tristeza me consumiu. Estava eu, em uma sala de aula rodeada de estranhos, que me olhavam estranho e falavam estranhamente. Não entendia uma palavra se quer. Mas tempo é uma dádiva, após alguns meses, consegui me integrar aquele mundo. E com todo esse tempo, pude perceber também que as pessoas de lá não eram muito acolhedoras. Não só comigo, mas um com os outros. Ofendiam-se o tempo todo, viviam isolados por orgulho e ódio. Não sabiam o significado de compaixão. Lembrei-me do meu sonho de alguns meses atrás. As Balas... Tudo o que eu precisava era daquelas balas que manipulam sentimentos e emoções... Elas seriam usadas com a melhor intenção, eu prometi. Como se fosse possível a existência desta utopia. Pensei nas balas durante muito tempo. Desejei-as. Até que certo dia, quando acordei, eu delirei novamente. Havia em minha escrivaninha uma cesta de balas semelhante a do meu sonho. As balas eram idênticas e havia um bilhete junto a elas. Eu já sabia o que fazer. No dia seguinte, distribuí-las a todos da minha sala, foi difícil recusarem. Cada bala usufruía de infinitos sentimentos prazerosos. Comecei a ser acolhedora com todos, assim como nunca foram comigo. As coisas começaram a mudar, os sentimentos começaram a mudar, as pessoas mudaram. Eu mudei a realidade! Não eu exatamente, as balas... As que surgiram do fruto da minha imaginação... Não entendo como tudo isso aconteceu, mas aconteceu, estou em um sonho agora, não mais na realidade. Tudo estava indo muito bem, fiz novos amigos. Até que certo dia, quando cheguei da escola, havia outro bilhete na minha escrivaninha. O bilhete alegava que as balas não tinham efeito nenhum fora dos sonhos, eram apenas balas. Eu apenas havia atuado diferentemente dos outros, eu os conquistei, com toda simplicidade possível, e fez toda a diferença. A paz havia voltado para a minha vida, e para todos os outros também. O problema não era que as pessoas não sabiam mais como dividir as suas tristezas, e sim porque se esqueceram de dividir suas alegrias. Não deixei de acreditar, não precisei de muita coisa. Apenas fui eu mesma. E minha vida ficou assim... Doce, como no meu sonho.

#narrativa;conto;  Amanda Luz.

1 comentários:

Islla Lopes disse...

Descreveu-te toda. Lindo.

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